Três dias para a internet é tempo suficiente para as notícias virarem coisa do passado. E a essa altura é possível encontrar na internet vários textos (com "cara de antigo") sobre o show que o Vampire Weekend fez no Circo Voador, Rio de Janeiro, quinta-feira passada, dia 3 de fevereiro de 2011. Ainda assim, me atrevo a escrever algumas linhas sobre a minha experiência.
A primeira vez que tomei conhecimento de Vampire Weekend foi pelo blog do Lucio Ribeiro, em algum momento de 2008, ano em que a banda lançou seu primeiro álbum, homônimo. Confesso que o som, nas primeiras audições, me causou um certo estranhamento, mas de tanto ouvir A-Punk, porta de entrada para o mundo de VW para mim, foi impossível ficar imune à música dos quatro novaiorquinos que misturam diferentes influências musicais - Ezra Koenig (vocais e guitarra), Rostam Batmanglij (vocais, guitarra, teclado...), Chris Baio (baixo) e Chris Tomson (bateria).
Passados três anos, concluindo a turnê mundial do segundo álbum, "Contra", lançado no início de 2010, finalmente a banda desembarcou em solo brasileiro para 3 apresentações – Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro.
Quase entrei em pânico quando soube que os shows em São Paulo e Rio de Janeiro seriam no meio da semana, já que não moro nem em SP nem no RJ. O desespero foi geral. Mas como no final as peças tendem a se ajeitar, consegui me organizar para ir ao Rio de Janeiro. Lá seria, de qualquer forma, minha primeira opção. Já havia assistido show na Via Funchal (Coldplay) e no Circo Voador (Franz Ferdinand) e sabia que show no Circo geralmente "pega fogo".
Ingressos e passagens comprados em dezembro, o difícil foi segurar a ansiedade para fevereiro chegar logo. E, então, dia 3 de fevereiro, chegou.
Os minutos próximos ao início do show são tensos, a adrenalina vai subindo a cada milésimo de segundo. Quando finalmente entram no palco, tudo parece um sonho. Cara, eles estão ali, na sua frente, tocando...
Muito tem sido dito e escrito sobre o comportando supostamente apático da banda. Acredito na liberdade de expressão que cada pessoa tem e respeito, mesmo que não concorde. Fato é que o público que estava lá viveu aquele momento com alegria, curtindo as músicas, dançando, pulando, cantando... e isso é sempre muito bonito e emocionante de se ver... por um momento todos tem algo em comum.
A reação dos fãs seria bem diferente se o show tivesse sido ruim, ou os músicos não correspondessem suas expectativas. E, sim, o show foi feito pelos e para os fãs, que, por meio do projeto Queremos, ajudaram a realização do evento no Rio de Janeiro. Então, para aqueles que gostam da VW verdade, foi uma noite especial, cheia de boas lembranças.
O que não é justo é o tempo não parar. Os minutos vão passando e já vai dando uma saudade danada, porque sabemos que o setlist está sendo cumprido. A vontade é que aquele momento dure sempre mais um pouco. Ok, fiquei decepcionada quando saíram do palco após Walcott, a música derradeira, sem tocarem a belíssima "I Think Ur a contra", uma das músicas que mais gosto. Não acreditei! (Invenjinha que sinto dos que assistiram o show em SP.) Mas, ainda assim, foi uma noite maravilhosa.
E o que estava bom ficou melhor ainda. Seguindo um impulso latente, resolvi ficar após o show para tentar falar com eles e deu certo. Não só tive a oportunidade de vê-los de perto, como conheci pessoas muito legais nessa espera, fãs como eu. Mais de uma hora depois de terminado o show, eles saíram do camarim, em direção à van, mas pararam por uns bons minutos para atender os fãs persistentes que resistiram até o final. Fotos, autógrafos, conversas, tudo isso foi possível para quem estava lá. Eu até gastei um pouco do inglês com o Ezra pedindo que tocassem "Contra" da próxima vez... Todos são muito simpáticos e solícitos, algo que não acontece sempre. Isso os torna mais especiais ainda.
Depois de tanta emoção, voltei ao hotel sorrindo de orelha a orelha, mal acreditando que aquilo tinha acontecido de verdade. E ainda estou tentando acreditar. Espero que não demorem uma eternidade para voltar ao Brasil.
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