Eu deveria estar estudando matérias terrivelmente contrárias ao que me faz uma pessoa mais feliz, mas não consigo. E, por consequência, sinto-me culpada. Por isso tenho me sentido mais triste ultimamente, entre o “dever” e o “querer”. Tantos livros belos para serem lidos, tantos filmes maravilhosos para serem vistos, tantas músicas fundamentais para serem escutadas... luto constante e fortemente contra a minha falta de concentração diante de tantas coisas benéficas à alma e ao coração. E tudo isso segue ao som do implacável tic-tac do relógio. Daqui a pouco terei mais de 30 anos (se assim o quiserem!) e serei o reflexo das minhas escolhas de agora. Que caminho seguir? Que escolhas fazer? Seria uma crise dos quase 30? Talvez. A verdade é que nunca me senti totalmente imune a crises. Talvez apenas na infância, quando o futuro, de tão distante e ideal, parecia um sonho. Quando somos jogamos no mundo real, do dinheiro, do trabalho, nem sempre há beleza ou simplicidade. Pelo menos não aparentes. Por isso, muitas vezes, quase choro (sem figuras de linguagem!) quando, saindo do trabalho, vejo o sol se pôr no maravilhoso céu de Brasília com a voz de Nina Simone tocando no carro. Por alguma razão, isso me faz lembrar de uma beleza irrecuperável que está sendo perdida e então mais um dia se acaba. Como já ouvi de amigos, “mais um passo para o irremediável fim”.
Um comentário:
Acho que o meu espírito e o seu espírito são gêmeos...
Quando você for postar tanta coisa assim, me avisa, senão eu fico desatualizada!
E já que você está nesse círculo vicioso de não fazer "o que deveria fazer" e não fazer "o que gostaria de fazer", porque tem que perder todo o tempo se culpando, vamos combinar de apaziguar a nossa alma tão insaciável com um programa legal.
Beijos.
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